sexta-feira, abril 07, 2006

pedras que falam...

caminhando pedra afora,
por vielas outrora familiares,
cada passo traz o insólito,
da juventude mal passada...
o vento corta o gelo de uma outra era,
o bater do pé, a dor da latente ferida;
o sapato preto polido a cuspo
galga o caminho que desconhece
sem norte a direito, sul a recuo...
a lua perde o brilho por detraz
de uma qualquer nuvem em forma de coelho
tirado da cartola de um prestigidador frustrado
quem sabe da magia do desconhecido
perdida na ciencia do dia-a-dia
antes a batida do pacote fumado
trazia a promessa da recompensa
agora a morte no prepúcio;
quem sabe o caminho para casa?
o verdadeiro lar da mente?
o lar doce lar apregoado na boca do povo
perdido para sempre com o passar dos anos;
seremos nós quem o perde?
ou será trocado pelo comercialismo de mais
uma fé mal colocada no espirito humano...
um lampião abandona a sua função imposta,
espera a troca que não acontece
na promessa de uma imortalidade que se obscurece;
de novo caminho...
sempre sem rumo, direito a casa
na esperança de algo novo
de algo inrotinário
mas sempre com olho no alvo
a direito, a norte...
tento ouvir, escutar o silêncio...
das pedras que falam...

Mike Maciel 07/04/2006

quarta-feira, março 29, 2006

ditos...

"já há muito que a esperança fez as malas e saiu porta fora com um sorriso de escarne emplantado nos lábios e na sua voz rouca e doce disse, até nunca...."

Mike Maciel 29/03/2006

segunda-feira, março 27, 2006

N'o sei?

Não n'o sei...
da agua ou sal,
do azeite ou vinagre;
qual é azedo ou doce...
Não n'o sei!

Sei...
dia ou noite,
branco ou preto;
Qual é?
Não n'o sei...

É o sabor incerto,
de nada sei
azedo ou doce;
O quê?
Eu sei!

Mike Maciel 03/06/1997

sexta-feira, março 24, 2006

nocturnos

A noite avança abruptamente,
matando o que resta do dia
trazendo consigo os medos
a louca solidão, a busca pela sanidade...
a luta começa com a última restea
de fé, a partir com a ganacia material...
Nesse momento há um revez no intimo
mortal, ao de cima vislumbra-se o animal
insaciavél pela carne...
Imparavél na sua lasciva maneira
de ser imoral; até mesmo e irreal.
Imoral, imoral, mil vezes imoral...
Sacia-se finalmente na copula assexual,
uma, duas, três; incontaveis vezes; sem fim...
Deseja agora mais...
Aquilo que merece nem um animal repugnavél,
que é nada mais que... desprezivél
Quer um fim a tudo que é limpo e certo
na sua mente perversa; a razão maniconial
invade os seus pensamentos, deseja a carne
do santo graal, da púdica virgem,
da puta de rua;
Já sem força, recua...
perante a fé, a moral...
de mais um dia que começa
Mais uma vez o ciclo retorna
o animal veste agora um fato de respeito
até que a noite avance de novo...

Mike Maciel 12/12/2000